sábado, 30 de outubro de 2010

Lei sobre Síndrome de Down inclui excluindoLei sobre Síndrome de Down inclui excluindo

Lei sobre Síndrome de Down inclui excluindo

Se a educação é um direito de todos, uma lei é questionada pelos pais pelo caráter de inserção e não inclusão



A inserção de crianças portadoras de Síndrome de Down em escolas regulares continua sendo um grande desafio. E não só para as próprias crianças especiais, como também para todas as pessoas que participam ativamente desse ambiente. A falta de capacitação de profissionais, a discriminação e o desconhecimento da doença por parte de outros alunos são fatores que dificultam cada vez mais a adaptação das crianças na sala de aula.

Com o intuito de garantir a inclusão de crianças de sete a 14 anos com deficiências físicas e intelectuais, foi criado em 25 de agosto de 2006 um acordo que realça a educação inclusiva como direito de todos. No entanto, o direito à educação se tornou obrigatório e para alguns pais de crianças portadoras de alguma necessidade especial, a lei promove a inclusão, mas não a integração.

"Essa resolução é um esforço para que haja inclusão, mas é importante respeitar a vontade e direito da pessoa. Por mais que tenha anos que essa lei exista ainda não funciona, pois tem que ser estudada uma forma de realizar a inclusão em médio prazo, para que não haja traumas. E, se em países desenvolvidos, como o Canadá - em que tal lei demorou a ser desenvolvida na prática -, aqui no Brasil não será diferente. Isto é, em países em desenvolvimento a implantação da lei demora cerca de dez anos", afirmou o presidente da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Vitória, Rodolpho Dalla Bernardina (foto).

O presidente da Apae-Vitória sabe bem como funciona na prática a implantação de tal resolução. Ele, que tem uma filha portadora da Síndrome de Down, Fernanda, de 22 anos, pode presenciar de perto as falhas na assistência educacional do Estado. "Talvez essa lei funcione para crianças que tenham deficiência física, mas intelectual é extremamente difícil. Minha filha estudou o tempo todo em escola regular, mas não teve condições de se alfabetizar", comentou.

A ausência de conhecimento acadêmico pelos professores que atuam em escolas regulares é o principal fator para que o desempenho do aluno com necessidades especiais seja decrescente e evasivo. "Os alunos que são portadores de qualquer tipo de deficiência necessitam de cuidados extras para que a educação seja de fato concebida. Especialmente quando se diz respeito às crianças que tenham deficiência intelectual. O ensino tem que ser qualitativo, pois caso contrário a alfabetização se torna extremamente difícil. A preparação dos profissionais é insuficiente, já que não há professores qualificados", disse Dalla Bernardina.

Pais se preocupam com a exclusão imposta da lei

Além da ineficiência de métodos pedagógicos nas escolas regulares, a lei Nº 11.274/2006 apresenta algumas falhas no que diz respeito à educação inclusiva. Isso porque os adolescentes deficientes acima de 14 anos não têm direito, o que faz com que alguns pais questionem a inclusão do portador da Síndrome de Down na escola.

"Não é dessa forma que vamos conseguir mudar o histórico social de nosso país. As mudanças têm que ser feitas em prol de todos, ao invés de ser criada uma nova exclusão. E, se a lei beneficia apenas as crianças de sete a 14 anos, ela é exclusiva. Já que visa apenas uma parcela da população", afirmou Bárbara Geovaneli Freitas Lima, mãe da Geovanna, de 19 anos - também portadora da Síndrome de Down.

Para a associada da APAE-Vitória há mais de 25 anos, a aposentada, Maria Zilda Pellacani, a lei deveria abranger todas as crianças e adolescentes além de ter opções de ensino em turnos matutino ou vespertino, para evitar qualquer tipo de preocupação a mais.

"Eu acho que essa lei beneficia as crianças com deficiência de uma forma geral. Mas ela não ampara a todos os adolescentes portadores de deficiência, pois quando não são mais crianças, o ensino disponibilizado é apenas na parte da noite. Qual o problema desses adolescentes terem acesso à educação em outros turnos como, o matutino? Eu fico extremamente preocupada de a Fernanda (a filha) estudar no período noturno e, por isso, não deixo ela ir às aulas", explicou.


Fonte:

http://www.eshoje.com.br/portal/leitura-noticia,inoticia,7039,lei+sobre+sindrome+de+down+inclui+excluindo.aspx

Um comentário:

  1. Primaaaaaaaaaaaaa, que lindo está seu blog, vc tem visto o meu???? Teve umas mudanças e está tendo sorteio, vc tem que participaaaaarrrrrr. Corre lá, saudades de vcs, como está o João?????
    B-jusss, Glau.

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